Pandemia
Mudanças no cotidiano em solo português
Diretor de cinema pelotense conta sobre as alterações na rotina dele e de sua família no período de quarentena
Divulgação -
Portugal registra 16.934 casos confirmados e 535 óbitos pela pandemia do coronavírus. O país é considerado internacionalmente um exemplo de controle da evolução da Covid-19. Combate que só é classificado como eficiente pela rapidez com a qual o governo português adotou medidas para evitar a disseminação do vírus e pela obediência dos cidadãos, que atendem às exigências do decreto governamental. Moradores de um país fronteiriço com a Espanha, cujos óbitos pela doença estão na marca de quase 20 mil, os portugueses adequaram suas rotinas ao tempo de uma crise quase sem precedentes no país.
Um dos moradores do país que precisou alterar a rotina e modificar dinâmicas de trabalho devido ao surto da doença é o diretor de cinema pelotense Eduardo Silveira. Conhecido pelos amigos como Edevar, ele reside em Lisboa e mora em Portugal há 27 anos com a esposa, a designer gráfica Carlota Flieg, e com o filho Gabriel, que é estudante de Antropologia. Ele conta que a família precisou se integrar ao sistema de home-office diante dos decretos do governo português. “Minha esposa já realizava atividades em casa, mas nunca por causa de um decreto nacional. Meu filho, que é estudante, tem tido aulas a distância para não ter prejuízo de conteúdo” explica.
No seu ambiente de trabalho, Eduardo ainda destaca as mudanças causadas pela pandemia. “Tenho trabalhado bastante com a parte de pré-produção dos documentários que estávamos produzindo. Filmagens, entrevistas, não temos feito. Alguns projetos que participo estão vinculados com a União Europeia, então realizo videoconferências com colegas na Alemanha e em outros países do continente”, relata. Além das atividades na área de produção audiovisual, Eduardo dá aula em projetos ligados a instituições de cinema. Ele tem gravado videoaulas para os alunos sobre Teoria do cinema e tem buscado dar ênfase no aspecto teórico, visto que a prática está impossibilitada pela Covid-19.
Em Pelotas mora seu irmão, Renato Silveira, além de tios e primos. Mantém frequentes contatos com os familiares através das redes sociais. Ele conta que a capital portuguesa está vazia e que o momento proporcionou uma união política no parlamento luso. “O governo toma medidas de prevenção e a oposição apoia. O povo, mesmo sentindo os reflexos e chateado por estar em casa, entende a gravidade da situação. É mais mortal que a H1N1 e que outras doenças, não é uma gripezinha”, comenta. A obediência da população tem refletido no achatamento da curva de casos pelo coronavírus. As taxas de contaminação têm decrescido e atingem percentuais cada vez menores.
A eficiência das medidas permite que a população portuguesa projete a flexibilização gradativa das proibições. Em terras lusas, o procedimento adotado foi o mesmo decretado por outros países: apenas setores essenciais estão em atividade. “Não há nada confirmado, mas o governo tem adotado uma postura de muita cautela diante do sucesso das medidas. Há um receio muito grande no reinício das atividades e um medo que um novo surto aconteça”, explica.
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